Carta ao Diogo
Olá Diogo:
Não sei se já me reconheces, provavelmente não.
Sou o teu tio João, o irmão da tua mãe. Pois, essa reconheces tu e bem.
Ainda estivemos juntos há pouco tempo, na casa dos avós, naquela noite em que tu berraste que nem um bezerro desmamado... pronto, está bem, não és nenhum bezerro e ainda não foste desmamado... está bem, não precisas fazer beicinho!
Sim, é isso mesmo, sou aquele maluco que esteve dez minutos a falar contigo e a dizer da da gu gu, ro ro, du, ga gu...
Pois, a figura que nós, os ditos adultos fazemos...
O que é que queres, és o meu único sobrinho, pelo menos do meu lado. Do outro lado tenho seis e um sobrinho-neto. Pois, já estou velho...
Mas, olha, também sou o teu único tio, por isso vais ter que aguentar...
Mas resolvi escrever-te por uma outra razão, provavelmente porque já não tenho capacidade de compreensão para algumas coisas que vão acontecendo neste mundo de adultos:
Sabes o que era uma ordália, claro que não sabes, pergunta estúpida a minha. Ordália era uma forma de administrar a justiça na Idade Média. Deixava-se a Deus a resposta para as dúvidas. Por exemplo, se uma mulher era acusada de adultério, era amarrada a uma cadeira e submergida na água gelada de um rio. Se a mulher sobrevivia, considerava-se que era mentira, se morria é porque era culpada. Mas a forma de ordália mais corrente, era a luta entre duas pessoas. O vencedor tinha a razão...
Tudo isto porque hoje ouvi um senhor ministro deste Portugal, onde nasceste há três meses, dizer uma coisa que tentarei repetir:
- “Portugal apoiou os vencedores, ou seja os que estão dentro da razão”
Assim mesmo!!!
Logo, esta guerra, a tua primeira guerra (salvo seja), foi uma ordália! Os vencedores têm razão!
Não Diogo, já não estamos na Idade Média, mas isso vais tu aprender mais à frente. Sim a História é memória, a memória dos homens. Mas parece que há momentos em que mais vale dizer “da da ru, da da gu, oh bru!!!”
Jinhos do teu tio
João
Não sei se já me reconheces, provavelmente não.
Sou o teu tio João, o irmão da tua mãe. Pois, essa reconheces tu e bem.
Ainda estivemos juntos há pouco tempo, na casa dos avós, naquela noite em que tu berraste que nem um bezerro desmamado... pronto, está bem, não és nenhum bezerro e ainda não foste desmamado... está bem, não precisas fazer beicinho!
Sim, é isso mesmo, sou aquele maluco que esteve dez minutos a falar contigo e a dizer da da gu gu, ro ro, du, ga gu...
Pois, a figura que nós, os ditos adultos fazemos...
O que é que queres, és o meu único sobrinho, pelo menos do meu lado. Do outro lado tenho seis e um sobrinho-neto. Pois, já estou velho...
Mas, olha, também sou o teu único tio, por isso vais ter que aguentar...
Mas resolvi escrever-te por uma outra razão, provavelmente porque já não tenho capacidade de compreensão para algumas coisas que vão acontecendo neste mundo de adultos:
Sabes o que era uma ordália, claro que não sabes, pergunta estúpida a minha. Ordália era uma forma de administrar a justiça na Idade Média. Deixava-se a Deus a resposta para as dúvidas. Por exemplo, se uma mulher era acusada de adultério, era amarrada a uma cadeira e submergida na água gelada de um rio. Se a mulher sobrevivia, considerava-se que era mentira, se morria é porque era culpada. Mas a forma de ordália mais corrente, era a luta entre duas pessoas. O vencedor tinha a razão...
Tudo isto porque hoje ouvi um senhor ministro deste Portugal, onde nasceste há três meses, dizer uma coisa que tentarei repetir:
- “Portugal apoiou os vencedores, ou seja os que estão dentro da razão”
Assim mesmo!!!
Logo, esta guerra, a tua primeira guerra (salvo seja), foi uma ordália! Os vencedores têm razão!
Não Diogo, já não estamos na Idade Média, mas isso vais tu aprender mais à frente. Sim a História é memória, a memória dos homens. Mas parece que há momentos em que mais vale dizer “da da ru, da da gu, oh bru!!!”
Jinhos do teu tio
João
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